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abril 22, 2006

A minha independência

“És como os gatos”, dizia, “Lutas pela tua independência mas pelo caminho vais esquecendo que, eventualmente precisarás das outras pessoas”, e eu anuía porque sabia que era verdade, e dito assim até me fazia sentido.
Percebe a minha frustração: Como é que lutas contra 24 anos?
Cada conquista era, para mim, uma taça invísivel estratégicamente colocada no pelouro da minha vontade de vencer sempre. Quem não se orgulha de vitórias singulares num país de plurais?
Sou uma pessoa independente no sentido mais literal que esta palavra comporta: sou não dependente, sou adversa a tiranias, sou livre e nunca me contento com um “não” só porque a palavra é forte e custa ouvir: “Mas não porque? Ah?” Dei-me sempre bem e nunca ninguem me derrubava...
Até hoje!
Até à altura em que percebi que algumas das minhas vitórias eram vividas como tristezas por outros. E perante esta adversidade, descubro que as pessoas que gostam de nós, precisam de se sentir necessárias, no fundo precisam de um reconhecimento do contributo pela simples existencia nas nossas vidas. Confuso? Mas faz-me sentido...Só que eu não procuro reconhecimento nos outros, só em mim. Será que a minha vontade de independencia me tornou uma pessoa egoista desprovida de sentidos?
Assusto família, que me interroga, amigos que se retraiem, possíveis amores porque se afastam... Ninguem quer uma pessoa que não precisa de ninguem... Nem eu!

7 Comments:

At 1:36 da manhã, Blogger Astor said...

Eu gosto que as pessoas precisem de mim. Não por satisfação pessoal, mas por querer dar aos outros aquilo que posso/tenho.

Passas alguma má fase e reconheceras isso mesmo daqui a uns tempos. A necessidade dessa independencia leva-te a pensares que não precisas dos outros. Mas tudo é vago. E com tmepo, verás que não é bem assim.

Tu és recente, esse sentimento também.

Não sei. Tenho este problema de expressão.

:)

ps: na lingua inglesa fica sempre bem...

 
At 4:06 da tarde, Blogger São tantas... said...

o que quer dizer:
"tu és recente, esse sentimento também"?
Eu queria: não pensar assim...

 
At 11:14 da tarde, Blogger Astor said...

és nova. e esse sentimento também.

não é assim?

 
At 11:07 da tarde, Blogger vanshico said...

Ao exprimir opiniões dou a entender que tenho a mania que sei tudo e que tenho sempre razão... mas não é bem assim, tenho humildade para ouvir rebater os meus argumentos e disponibilidade para os analisar com a maior das imparcialidade e julgar em verdade e consciência.
Para mim essa tua frágil independência é tão expontânea como o sorriso da lili caneças... Se agora te parece que o facto de teres uma vida social activissima e de não ligares quase nada a tudo prova a teoria, por outro lado um verdadeiro amor ou uma grande paixão relegará para um plano inferior tudo e todos os que habitam nessa esfera. Quando aparece alguém verdadeiramente especial, as nossas barreiras, por mais fortes e organizadas, cedem com uma ridícula facilidade...
Nessa altura gostamos mais da outra pessoa do que de nós próprios, admiramos a vida e os amigos da outra pessoa mais do que a nossa vida e os nossos amigos, achamos que os hobbies da outra pessoa é que têm piada... enfiem... idolatramos! Pensei que sabias que era assim...
Não tenhas pretenções de te achares mais forte que o amor!
Eu já experimentei quase todas as drogas e tenho que usar a frase cliché: "o amor é a droga mais forte de todas"!
O amor é mais forte que tudo, para o bem e para o mal.
És independente, mas não porque quereres, simplesmente o verdadeiro amor ainda não resolveu aparecer uma segunda vez...

 
At 8:15 da tarde, Blogger São tantas... said...

Hey astor, claro que é assim!! Sou novissima e provavelmente o sentimento também...mas,para mim, parece-me patente à tempo demais :)

 
At 8:21 da tarde, Blogger São tantas... said...

Vanshico: a minha independencia é tão frágil que quando acho que estou totalmente imune a sentimentos que apaguei à pressão, descubro que não! Hoje, mais uma vez, tive a prova disso! Quando acho que já não quero mais resistir à minha vontade de independencia, e ponho pontos finais em tudo, basta-me uma troca de olhares... que reconheco, porque são iguais às que foram numa passagem de ano qualquer em que o mundo parou quando eu estava no Lux. Esqueco tudo e vivo presa a esse momento...e quero agarra-lo porque arrisco-me a perder tudo... para sempre, e que medo tenho nesta altura da minha independencia!

 
At 11:59 da tarde, Blogger SEX IN LISBON said...

Como te percebo minha querida, como te percebo....

 

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